
É interessante como tudo funciona em nossas cabeças, às vezes uma mesma coisa tem sentido totalmente diferente para cada um. O natal, por exemplo, para muitos, significa dar presentes, para nós, receber o melhor presente, para a grande e esmagadora maioria, é só uma vez por ano, para nós, todos os dias, é quando mais as pessoas desejam a paz, para si e para os outros, enquanto que Cristo disse: "Não penseis que vim trazer paz à terra...", paradoxal, talvez, levando em consideração que Ele é o príncipe da paz, mas quando Jesus declarou isto, Ele estava falando de separação, ou seja, pra usufruirmos dessa paz precisamos passar por esse processo de "divisão", a paz que Ele nos deixou é aquela que nos permite viver uma vida abundante mesmo tendo que nos separar daquilo ou de quem não professa a mesma fé que nós, mesmo sendo algo ou alguém de quem gostamos muito, por isso Ele disse que veio trazer "espada", "divisão", ou seja: de um lado, nós que aceitamos a Cristo e do outro os filhos das trevas, Ele veio separar: ovelhas, de lobos: luz, das trevas; o que serve a Deus, daquele que não serve a Deus; o santo, do profano; os filhos de Deus, dos filhos do Diabo; essa bendita divisão é que nos coloca no lugar da bênção, nos lugares altos. E o dia 25 de dezembro por ser a data imaginária do nascimento do Messias, trás essa expectativa de que, como se fosse uma "mágica", tudo de ruim ou de mal resolvido que as pessoas viveram, de repente, vai dar uma trégua e parecer que está tudo bem, isso é mais ou menos psicológico, porque já foi convencionado essa data. E se todos os dias fossem 25 de dezembro? não teria que ser por costume nesse mesmo ritmo? falar de paz, saúde, prosperidade, festejar, trocar presentes, ligar pra alguém que há muito tempo você não tem contato, fazer boas ações, doações...ufa! como seria maravilhoso ser natal todos os dias! pena que as pessoas ainda não se deram conta de que é exatamente essa a vontade de Cristo: fazer tudo isso todos os dias e é realmente tão "mágico", que já a partir do dia 26, começa a voltar tudo ao "normal": vida agitada, comércio contando os lucros, presentes a trocar (os tamanhos errados), dívidas, problemas dos mais diversos, pessoas sendo esquecidas novamente para serem lembradas só no próximo ano ou talvez nem sejam mais lembradas e as pessoas já criando expectativas para o natal seguinte, porque é quando elas se sentem mais perto de Deus ou imaginam que alguma coisa boa poderá acontecer, é triste tudo isso, porque durante o ano todo nós apresentamos Jesus a essas pessoas e elas o ignoram ou nos ignoram, se elas parassem pra nos ouvir saberiam que temos exatamente o que elas tanto procuram e é tão simples encontrar essa paz, que não precisam comprar nada, pelo contrário, é de graça e que graça maravilhosa! também saberiam o significado das palavras de Jesus: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou. Não vo-la dou como o mundo a dá...". A paz do mundo é frágil, temporária, superficial, momentânea, fingida, cirscunstancial, vendável ou seja, não verdadeira. Graças ao nosso bom Deus, já temos experimentado a paz real, o que devemos agora é tomar cuidado para que esse "espírito de natal", que aparece só uma vez por ano, não nos atinja, porque é algo tão forte que também muitas vezes (ou todas as vezes) somos levados aos shoppings, às mesas fartas, às decorações suntuosas e a tudo que temos (ou achamos que temos) direito para celebrar, nos esquecendo muitas vezes daqueles menos favorecidos (afinal, não tenho culpa se eles não podem) e que o Cristo desse natal, nasceu por eles também e que o próprio Cristo não teve nem lugar para nascer, tendo Maria que se acomodar em uma estrebaria, que contraste! Sim, Ele merece ser festejado sempre, mas com um banquete diferente, tudo isso é importante, mas não basta apenas comemorar seu nascimento, é mister que se entenda porque e para que Ele nasceu, para que tudo isso tenha sentido, somente assim viveremos como Ele se agrada, agradecendo a Deus todos os dias por esse maravilhoso presente: Jesus Cristo.